Então passado, tudo bem? Hoje vim conversar contigo, porque ontem eras tão bom. E hoje chamas-me todos os dias porque queres que eu olhe para trás. Mas eu não vou olhar. Nunca mais. Vou ter saudades. E vai-me dar vontade de chorar. Mas eu não vou chorar. Ainda não (apesar do meu coração estar a começar a ficar cheio). Tivemos tantos momentos bons este ano não foi? Tanta gente me fez sorrir. E também deixei alguém para trás. Mas pronto. Hoje estou num dia de mudanças. Estou num bom dia! Hoje quero pensar para a frente. Porque para a frente é que é o caminho. Por isso, deixa-me em paz. Prometo apagar todas as fotos que tenho. Só que tens de parar de me chamar. Sai daqui, deixa o meu presente ser feliz, deixa-me ser feliz. Por favor, vai-te embora e não voltes! Vai viver a tua vida longe de mim, e deixa-me cuidar da minha. Cuidar de mim... Tu ultimamente tens assumido o controlo de tudo. E isso irrita-me. Porque eu não quero isso. Nunca quis. Mas quando me apercebo, já estás dentro de mim, a fazer-me lembrar de tudo. Fazes-me ouvir os risos de tanta gente. Mas depois mostras-me o som dos meus soluços. Fizeste-me chorar tantas vezes passado. E o que é que tu ganhas-te com isso? Ah, já sei. Ganhas-te mais uma parva presa em ti. Deves-te achar importante não? Consegues deixar tanta gente presa a ti (coisa que, por acaso, tenho inveja. Porque eu nunca consigo que as pessoas se prendam em mim). Fazes tanta gente sofrer com os teus planos mal acabados. Deixas tanta gente com esperança. E destróis pessoas com os teus sorrisos falsos. Mas eu cansei-me. Não te quero mais aqui. Vai-te embora. E não voltes, porque eu não sou de ferro. Adeus.